Por: Juliane Schroetter - Terapeuta Ocupacional Graduada pela Faculdade de Ciências da Saúde-IPA, de Porto Alegre. 

Geralmente quando se ouve a palavra “ autismo”, logo vem à mente a imagem de alguém diferente, com habilidades reveladoras, que apresentam desde traços leves que não permitem fechar um diagnóstico até o quadro clínico complexo com todos os sintomas. O Transtorno do Espectro Autista (Autismo) é um transtorno global do desenvolvimento infantil muito comum, que acomete os indivíduos na sua capacidade de se comunicar, na interação social e no seu comportamento, mas nem sempre todas estas dificuldades aparecem juntas no mesmo caso. Tendo em vista estes déficits, o indivíduo terá impacto nas suas atividades diárias, no brincar e na educação. No entanto, isso não significa que a pessoa com autismo não possa desempenhar seu papel social de forma satisfatória. O Terapeuta Ocupacional, tem um papel muito importante na intervenção com autismo, ele irá proporcionar uma melhor qualidade de vida, através de diferentes abordagens e técnicas. Na minha experiência de 12 anos de atuação com autistas, busquei diferentes metodologias que contribuíssem no tratamento, contudo posso dizer que o mais importante é que a Família possa se identificar com a metodologia que é proposta e trabalhar em conjunto com o terapeuta. Dessa maneira, o trabalho do Terapeuta Ocupacional é muito amplo, pois além de intervir com a criança e sua família, ele irá atuar nos diferentes contextos em que ela está inserida, seja na escola, nas brincadeiras e nas rotinas https://www.viagrasansordonnancefr.com/ de casa fazendo orientações e adaptações necessárias. O encaminhamento para a Terapia Ocupacional acontece precocemente, primeiramente o terapeuta tem que entender qual é o perfil sensorial da criança para indicar as atividades necessárias. Geralmente serão utilizados estímulos proprioceptivos para que ela tenha consciência corporal, estímulos vestibulares, diferentes brincadeiras, circuitos motores, trabalhos com texturas, motricidade fina, trabalhos com pistas visuais para que ela consiga entender e seguir uma rotina. A criança com autismo tem muita dificuldade nas suas brincadeiras, ela tende a ter brincadeiras repetitivas sem utilizar o brinquedo com uma função simbólica, e aí o papel do terapeuta é bem importante, pois ele usará brincadeiras para promover diferentes estímulos, fazendo com que a criança “ aprenda a brincar”, se conheça, adquira novos conhecimentos, tenha uma maior interação com ambiente e que este modelo lúdico favoreça a sua socialização. Compreender este transtorno pode se tornar mais simples quando estivermos dispostos a nos colocar no lugar do outro, aprendermos com eles, não nos detendo nas suas dificuldades, mas sim viabilizando as potencialidades, proporcionando sempre a independência, autonomia, socialização e melhor qualidade de vida. O diagnóstico precoce, terapias efetivas com uma equipe multidisciplinar trabalhando de forma integrada e o engajamento familiar, podem mudar a vida dessas pessoas e das pessoas de seu convívio.