Por: Marney A. V. Da Costa - Terapeuta Ocupacional 

Em uma breve definição sobre o comportamento da criança com TEA (Transtorno do Espectro Austista) encontramos características como baixa reciprocidade sócio-emocional, comprometimentos na fala e comunicação que podem ou não virem acompanhadas de outros sintomas que estarão relacionados ao nível em que o espectro se manifesta. Entre esses outros sintomas do TEA (Transtorno do Espectro Autista) podem estar as alterações na sensibilidade aos diversos estímulos sensórias.

Nota-se que indivíduos com TEA apresentam uma forma particular em processar os estímulos em todos os âmbitos sensoriais sejam eles estímulos auditivos, gustativos, olfativos, visual, táteis, proprioceptivos e vestibulares.

O TPS (Transtorno do processamento sensorial) refere-se a quando ocorre uma desorganização, e o processamento sensorial acontece de forma inadequada. Cada um dos sentidos mencionados acima podem apresentar alterações e as crianças podem se demonstrar hipersensíveis ou hiposensiveis. Por exemplo, algumas crianças tendem a se movimentar incansavelmente https://www.viagrapascherfr.com/faut-il-avoir-une-ordonnance-pour-acheter-du-viagra/ para se manter em alerta ou acalmar seu nível de ansiedade, outras demonstram extremo desconforto com cheiros(hiper), sons comuns do dia-a-dia como o barulho de uma campainha, comem alimentos com cores especificas ou só toleram alimentos que possuem uma determinada textura. Tudo isso pode se dar em diferentes níveis e cada criança tem seu comportamento sensorial especifico. Quando esses níveis apresentam alterações que trazem prejuízos comportamentais, emocionais e cognitivos podemos suspeitar de TPS.

Observando esses comportamentos surge a abordagem da Integração Sensorial, desenvolvida pela Terapeuta Ocupacional Dra. A. Jean Ayres (1972, 1979, 1982), que fundamentou o método a partir do funcionamento do sistema nervoso central e da forma como recebe e organiza a variedade de informações sensoriais provenientes do meio ambiente.

Ayres destacou três importantes aspectos relacionados ao processamento sensorial ineficiente observado na criança com TEA. O primeiro indica que estímulos sensoriais não são registrados adequadamente. O segundo, que os estímulos percebidos não são modulados de forma correta pelo sistema nervoso central, principalmente no que diz respeito aos estímulos vestibular e tátil. O terceiro indica inabilidade em integrar as muitas sensações do ambiente e, consequentemente, falha na percepção espacial e dificuldade de relacionamento com o ambiente.Schwartzman (2011: 299)

Em crianças com TEA o desenvolvimento sensorial não é diferente,a informação sensorial que ajuda o cérebro a se organizar precisava ser vivenciada da mesma forma através de atividades como rodar, balançar, correr, pular, bater, tocar, mastigar, apertar, e cheirar. Porém as crianças com TEA geralmente necessitam fazer estas atividades por formas e períodos intensos que variam de acordo com suas necessidades. Em alguns casos a permanência em algumas dessas atividades por tempos maiores podem ser observados, sugerindo comportamentos de auto-estimulação. São comportamentos sensoriais comuns: correr de um lado para o outro, se balançar, não tolerar o toque, ter a necessidade de manter objetos na mão, seletividade alimentar, baixa tolerância a diferentes texturas, baixa tolerância a ambientes com muita informação sensorial visual e auditiva (ex. shopping, supermercado ou grandes aglomerações) entre outras.

Por isso, é fundamental que o profissional descubra a função dos comportamentos da criança que indicam como o input sensorial deveria ser alterado. No caso da hiper-reatividade deve-se procurar diminuir ou evitar o excesso sensorial e nos casos de hipo-reatividade aumentar, ajudar a criança a modular suas sensações e criar um ambiente social e físico seguro e previsível (Anzalone& Williamson, 2000; Baranek, 2002)

A Terapia de integração Sensorial trás uma grande contribuição no tratamento das Crianças com TEA, por funcionar como um mecanismo capaz de balancear as necessidades da criança, oferecendo a elas formas para administrar os estímulos e filtrar suas necessidades sensoriais.

Uma forma de tornar mais fácil a vida e participação social da criança com TEA é construir uma Dieta Sensorial que contemple as necessidades da criança. A implementação desse programa visa ampliar e possibilitar a exploração da criança e é feita exclusivamente pelo profissional da Terapia Ocupacional.