Por: Dr. Clay Brites  - Neurologista Infantil / Doutorando em Ciências Médicas (UNICAMP) 

O Autismo ou TEA é uma das condições médicas mais estudadas e comentadas nas redes sociais. Basta um click no busca do Google e veremos uma avalanche de novidades e comentários diversos. Por ser um transtorno muito restritivo para as relações humanas e para a evolução do desenvolvimento infantil, é natural que suscite muita curiosidade e estimule a publicação de muitos assuntos relacionados ao tema especialmente no que tange as suas possíveis causas e formas de tratamento. A ansiedade de pais e de grupos que sofrem e trabalham com estas crianças motiva e impulsiona rastrear mais e mais novidades e caminhos para amenizar os sintomas ou curá-lo. Normal que seja assim... Mas com tantas descobertas e eixos de pesquisa em tempo real, é comum o médico especialista ( e imaginem o não-especialista!!) ser surpreendido por novidades virtuais ou súbitas hipóteses de cura trazidas por pais ou curiosos nos cursos de formação ou em nossos consultórios. Esta situação confunde os pais, estimula o aparecimento de “salvadores da pátria” e “milagreiros” e torna o assunto um problema que parece não ser responsabilidade de ninguém. É muito comum pais de autistas abandonarem tratamentos consagrados pelas evidências científicas - os quais realmente modificam, com o tempo, os sintomas mais debilitantes - para se aventurarem em promessas sem qualquer fundamento. Assim, dou 5 dicas para todos os que vivem nesta realidade: 1) leve sempre ao médico especialista as novidades que porventura aparecem na internet ou em revistas pois ele terá condições de esclarecer a veracidade ou não do que foi veiculado; 2) procure conhecer pais e cuidadores de autistas que já se utilizaram destas “novidades” para se certificar de sua suposta eficácia (funcionou mesmo??); 3) procure saber os efeitos nocivos que tais novidades podem trazer consigo ao ser aplicado à criança – os quelantes de metais pesados, por exemplo, podem resultar em graves efeitos colaterais; 4) sabendo que o autismo é uma condição sem buy-trusted-tablets.com cura, cuidado com promessas mirabolantes de cura e de melhora a todo custo (lembre que se fosse fácil, não se precisaria de tanta pesquisa e de tanto dinheiro para se pesquisar o autismo em todo o mundo); e 5) aprofunde sempre seus conhecimentos em sites especializados envolvidos com pesquisas multicêntricas, com perfil interdisciplinar e que incentivam a veiculação responsável de resultados de pesquisas não-tendenciosas.