Por: Maria Rosa Etcheverry Centeno Rodrigues

Surpresa é sentimento que vejo na maioria das pessoas quando digo que trabalho com autismo. Mas o que tem a nutrição a ver com o autismo? Todos me questionam. E eu respondo: tudo.

Não é por acaso que o quebra-cabeça é o símbolo do autismo, representando toda a sua complexidade.

O autista é um indivíduo que em geral possui muitas alterações no funcionamento de seus sistemas orgânicos, gerando um quadro de desordem sistêmica. Problemas digestivos e desequilíbrio da microbiota intestinal, deficiência imunológica, aumento de inflamação e alergias, redução de enzimas antioxidantes e aumento de estresse oxidativo, baixa capacidade de desintoxicar o organismo e de produzir energia pela célula são algumas das partes desse quebra cabeça que frequentemente estão alteradas, e que desorganizam este indivíduo a ponto de gerar ou intensificar seu quadro autístico.

E onde entra a nutrição? Em praticamente todos os pontos dessa teia metabólica, tentando identificar os desequilíbrios do organismo, para então otimizar o seu funcionamento através de uma alimentação saudável e direcionada para cada caso, com o reequilibro da microbiota intestinal e a reposição dos nutrientes deficientes e necessários para corrigir ou melhorar as disfunções metabólicas.

Existem muitas dietas especiais que podem ser prescritas pelo nutricionista e a indicação irá depender da avaliação clínica e laboratorial. No entanto, o primeiro é introduzir a dieta de base, também conhecida como a dieta amiga do autista: Sem Glúten, Sem Caseína (lácteos) e Sem Soja, livre de químicas como corantes e conservantes, priorizando os alimentos in natura ao invés dos processados, além de equilibrada e farta em nutrientes. Essas mudanças são relativamente pequenas frente aos ganhos observados na maioria dos casos, desde a buy viagra usa criança pequena ao adulto autista, do grau mais leve ao mais comprometido. Quando o metabolismo da pessoa com autismo estiver funcionando adequadamente, esta terá mais chances de alcançar todo seu potencial de aproveitamento na escola e nas terapias de estimulação.